GOTA TOFÁCEA CRÔNICA EROSIVA SEMELHANTE À ARTRITE REUMATOIDE: RELATO DE CASO

GOTA TOFÁCEA CRÔNICA EROSIVA SEMELHANTE À ARTRITE REUMATOIDE: RELATO DE CASO

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r e v b r a s r e u m a t o l . 2 0 1 7;5 7(S 1):S125–S130

nal associada. Afirma Episódios anteriores semelhantes a este acometendo mão e punho esquerdo e por vezes com crise álgicas em ambos os membros com padrão assimétrico. Relata diagnóstico de artrite reumatoide na época do início dos sintomas sem tratamento regular, em uso de corticosesteroides. Solicitado exames de imagem os quais evidenciaram imagens sugestivas de condrocalcinose predominantemente em articulac¸ões metacarpofalageanas de ambas as mãos. Exames laboratoriais, com sorologias negativas para investigac¸ão de artrite reumatoide e boa resposta terapêutica ao uso de apenas aintinflamatorios não hormonais. Discussão: A Artropatia crônica pela DDPC acomete com mais freqüência mulheres idosas, sendo o joelho, o sítio mais comum, seguido pelo punho, ombro, cotovelo e quadril. Nas mãos, a 2 a e a 3 a metacarpofalangeanas (MCF’s) são comumente afetadas. Dor crônica geralmente oligo/monoarticular, podendo ser poliarticular, rigidez matinal, mobilidade limitada e func¸ão prejudicada, caracteriza a apresentac¸ão. Crises agudas podem se sobrepor à história crônica. Este paciente obteve um diagnóstico de AR equivocadamente e sendo tratado como tal. Porém revisando seus exames e com base nas radiografias de mãos e punhos fomos capazes de retificar este diagnóstico para Artopatia por depósito de cristais de pirofosfato de cálcio.

refer ê ncias

1. Ferrari AJL. Artropatias por depósito de cristais. Sinopse de Reumatologia. 2001;3:59–68. 2. Ferrari ALV, Samara AM. Condrocalcinose articular difusa; Diffuse articular chondrocalcinosis. Einstein. 2008;6 Supl 1:S68–73. 3. Laurindo IMM. Artrite reumatoide no idoso Rheumatoid arthritis in the elderly. Einstein. 2008;6 Supl 1:S33–9. 4. Imboden JB, Hellmann DB, Stone JH, Current R. Reumatologia: diagnóstico e tratamento. 2 ed. São Paulo: McGraw-Hill; 2008. 5. Harris Jr. ED, Budd RC, Firestein GS, Genovese MC, Sergent JS, Ruddy S, et al. Kelley’s textbook of Rheumatology. 8 ed.

http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2017.07.099 PO209 AVALIAC¸ÃO DA QUALIDADE DE VIDA, CAPACIDADE FUNCIONAL E ADESÃO AO TRATAMENTO DE PACIENTES COM GOTA TRATADOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO A.C. Portela a , A.L.O. Leal a , R.T. De Oliveira a , T.B. Lemos a , Y.V. Ribeiro a , R.B.C. Amorim a , L.R. Pereira b , A.B. Vargas-Santos a , G.R.C. Pinheiro a a

Faculdade de Ciências Médicas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil b Instituto de Medicina Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil Palavras-chave: Qualidade de vida; Incapacidade funcional; Gota

Introduc¸ão: A hiperuricemia persistente determina a deposic¸ão de cristais de urato monossódico nos tecidos, podendo causar reac¸ão inflamatória nas articulac¸ões e estruturas periarticulares, tofos e nos rins. Métodos: Este estudo analítico e transversal, buscou estimar o impacto da doenc¸a na qualidade de vida e capacidade funcional dos pacientes acompanhados pelo servic¸o de reumatologia. Para comparac¸ão foi estabelecido um grupo controle masculino, composto por acompanhantes saudáveis, dos diversos ambulatórios da instituic¸ão. Para a avaliac¸ão da capacidade funcional e da qualidade de vida foram utilizados, respectivamente, os questionários “Health Assessment Questionnaire-Disability Index” (HAQ-DI) e “Short Form-12” (SF-12). A adesão ao tratamento foi verificada por meio de três perguntas fechadas, relacionadas com o comparecimento às consultas, realizac¸ão de exames complementares e uso da medicac¸ão hipouricemiante. Resultados: Dos 51 pacientes com gota, 92,2% eram homens, com média de idade de 61,3 anos (DP = 12,0) e de durac¸ão de doenc¸a de 14,5 anos (DP = 9,4). A mediana do HAQ-DI foi de 0,5 (variac¸ão = 0-2,0) e a média do SF-12 componente físico (CF) de 41,3 (DP = 8,9) e mental (CM) de 53,3 (DP = 10,0). Quanto aos parâmetros de adesão, 92,2% tinham vindo à última consulta, 84,3% trouxeram os exames solicitados e 84,3% afirmaram estar usando os medicamentos conforme prescritos. No grupo controle (n = 50), a média de idade foi de 51,6 anos (DP = 11,9), a mediana do HAQ-DI foi zero (variac¸ão = 0-0,5) e a média do SF-12 CF foi de 42,8 (DP = 4,6) e do CM de 55,5 (DP = 7,3). Conclusão: Apesar de baixo, o HAQ-DI dos pacientes apresentou diferenc¸a significativa em relac¸ão ao grupo controle. Porém, em relac¸ão ao SF-12, não houve diferenc¸a significativa entre os grupos. Reconhecendo as limitac¸ões do instrumento utilizado, observou-se uma adesão ao tratamento satisfatória.

refer ê ncias

1. Mikuls TR, Farrar JT, Bilker WB, Fernandes S, Schumacher HR Jr, Saag KG. Gout epidemiology: results from the UK General Practice Research Database, 1990-1999. Ann Rheum Dis. 2005;64:267–72. [2]. Lawrence RC, Felson DT, Helmick CG, Arnold LM, Choi H, Deyo RA, et al. Estimates of the prevalence of arthritis and other rheumatic conditions in the United States. Part II. Arthritis & Rheum. 2008;58:26–35.

http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2017.07.100 PO210 GOTA TOFÁCEA CRÔNICA EROSIVA SEMELHANTE À ARTRITE REUMATOIDE: RELATO DE CASO K.D. Pereira, H.L.A. Silva, S.P.G. Torreão, A.L.M. Andrade, M.I. Fernandes, A.K.G. Melo Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, João Pessoa, PB, Brasil Palavras-chave: Gota tofácea crônica; Artrite reumatoide; Erosões ósseas

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Introduc¸ão: A gota é uma artropatia microcristalina decorrente de hiperuricemia e depósito de cristais de monourato de sódio em vários tecidos, principalmente articulac¸ões e estruturas periarticulares. O quadro inicial típico caracteriza-se por monoartrite aguda e intermitente, com períodos intercríticos assintomáticos. Porém, quando as crises de artrite são recorrentes, tendem a ser prolongadas e poliarticulares, semelhantes à artrite reumatoide. Relato de caso: Paciente do sexo masculino, 52 anos, portador de hipertensão arterial sistêmica, intolerância à glicose e obesidade, apresentava artrite recorrente em tornozelos, joelhos e primeira metatarsofalangeana direita, há 6 meses. Exames laboratoriais iniciais evidenciavam aumento de provas de atividade inflamatória (velocidade de hemossedimentac¸ão: 56 mm/1a hora; proteína C reativa: 12 mg/dL), ácido úrico elevado (10 mg/dL – VR < 7 mg/dL) e reduc¸ão da uricosúria (230 mg/24h- VR: 400 a 800 mg/24 h). Fator reumatoide, anti-peptídeo citrulinado cíclico e fator antinuclear não reagentes. Radiografia dos joelhos mostrava discreta reduc¸ão do espac¸o articular tricompartimental, e radiografia dos pés, sem alterac¸ões. Dado o diagnóstico de gota e iniciado diclofenaco de sódio (100 mg/dia) e colchicina (1,5 g/dia), com melhora do quadro articular. Após 7 anos sem comparecer às consultas e sem tratamento, retorna ao ambulatório com poliartrite de interfalangeanas proximais, metacarpofalangeanas, punhos, cotovelos, joelhos, tornozelos e metatarsofalangeanas, rigidez matinal maior que 3 horas, deformidade em garra da mão direita, tofos em cotovelo esquerdo e importante limitac¸ão funcional, sobretudo para deambular. Novas radiografias mostraram grande reduc¸ão do espac¸o articular e erosões em “saca-bocado”. Recebeu diagnóstico de gota tofácea crônica, poliarticular e erosiva e iniciou prednisolona 10 mg/dia, colchicina 1,5 g/dia e, após melhora da artrite, alopurinol 100 mg/dia. Discussão: É importante o diagnóstico precoce de gota e a adesão ao tratamento, a fim de minimizar o risco de progressão do quadro articular, evitando dano estrutural e deformidades articulares irreversíveis, com importantes repercussões na morbimortalidade desses indivíduos.

refer ê ncias

1. Carvalho MA. Reumatologia: diagnóstico e tratamento. 4 ed. São Paulo: AC Farmacêutica; 2014. 2. Sarmento JF, Cavalcante VA, Sarmento MTR, Braz AS, Freire EAM, et al. Artrite da gota tofácea croˆnica mimetizando artrite reumatoide. Rev Bras Reumatol. 2009;49:741–6. 3. Miguel C, Mediavilla MJ. Abordagem actual da Gota. Acta Med Port. 2011;24:791–8. 4. Khanna D, Khanna PP, Fitzgerald JD, Singh MK, Bae S, Neogi T, et al. ACR Guidelines for Gout Management: part 2. Arthritis Care & Research. 2012;64:1431–61. 5. Batista JC, Wibelinger LM. Artrite gotosa no processo de envelhecimento humano. Rev. Kairós Gerontologia. 2011;14:123–34.

http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2017.07.101

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PO211 GOTA “NORMOURICÊMICA”: RELATO DE CASO M.O.B. Perucci a , I.S.C.C. Doco a , C.C.D. Lanna b , R.C. Lage b , R.W. Telles b a

Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil b Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil Palavras-chave: Gota; Normouricemia; Meta terapêutica Introduc¸ão: Gota é causada pela formac¸ão de cristais de monourato de sódio (MUS) intrarticular, ocorrendo classicamente quando nível sérico de ácido úrico (AU) permanece persistentemente acima de 6,8 mg/dL. Descreve-se aqui paciente com gota e uricemia normal, caracterizando desafio diagnóstico e terapêutico. Descric¸ão do caso: Na primeira consulta, em setembro/2014, paciente do sexo masculino, 63 anos, relatava monoartrite aguda recorrente em joelho direito, tornozelos e hálux, durac¸ão aproximada de sete dias e diminuic¸ão do período intercrítico ao longo de seis anos de evoluc¸ão. Relatava diagnóstico de gota com prescric¸ão de colchicina e alopurinol, suspensos por conta própria. Entre setembro/2014 e maio/2015, apesar dos relatos de crises álgicas recorrentes, as concentrac¸ões séricas de AU encontravam-se persistentemente abaixo do ponto de saturac¸ão (5,4 mg/dL a 6,3 mg/dL), inclusive em período assintomático. Em junho/2015 paciente compareceu à consulta com monoartrite em joelho direito e AU = 5,2 mg/dL, sendo realizada artrocentese. Análise do líquido sinovial revelou presenc¸a de cristais de MUS intracelulares, confirmando diagnóstico de gota. Iniciado alopurinol, apesar de persistência do AU < 6 mg/dL, inicialmente sem colchicina devido a relato de intolerância. Evoluiu com artrite aguda nos joelhos e hálux, com melhora progressiva nos meses subsequentes após reintroduc¸ão de colchicina em baixas doses. Dosagens subsequentes demonstraram valores de AU de 3,3 mg/dL a 3,5 mg/dL. Desde então sem novas crises, em uso apenas de alopurinol. Discussão: Os novos critérios consideram o diagnóstico de gota quando presenc¸a de artrite ou bursite típica associada a cristais de MUS no líquido sinovial. Na ausência desses, valores de AU entre 4-6 mg/dL apresentam valor nulo na somatória do escore. Relatamos caso caracterizado pelo desafio diagnóstico e pela dificuldade de se estabelecer meta terapêutica para o tratamento hipouricemiante devido à normouricemia persistente. No entanto, diminuic¸ão do nível sérico de ácido úrico para além da meta preconizada seguiu-se de ausência de novas crises e controle da doenc¸a

refer ê ncias

1. Neogi T, Jansen TL, Dalbeth N, Fransen J, Schumacher HR, Berendsen D, et al. 2015 Gout Classification Criteria: an American College of Rheumatology/European League Against