NEUROLUPUS GRAVE: RELATO DE CASO

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S178 r e v b r a s r e u m a t o l . 2 0 1 7;5 7(S 1):S139–S207 plasia não apresentaram diferenc¸a estatística com relac¸ão à idade (56,76 ± 14,59 e...

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r e v b r a s r e u m a t o l . 2 0 1 7;5 7(S 1):S139–S207

plasia não apresentaram diferenc¸a estatística com relac¸ão à idade (56,76 ± 14,59 e 53 ± 12,87 anos, p = 0,212), idade de diagnóstico do LES (38,76 ± 12,09 e 36,13 ± 11,13 anos, p = 0,310) e tempo de acompanhamento (13,38 ± 12,13 e 17,40 ± 10,60 anos, p = 0,106). Conclusão: LES está associado a maior incidência de câncer, em particular colo de útero e LNH. Deve-se avaliar, portanto, o papel do rastreamento precoce de neoplasia nesses pacientes, além de intensificac¸ão de medidas preventivas, dentre elas cessac¸ão do tabagismo, exame ginecológico regular e vacinac¸ão anti-HPV.

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http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2017.07.188 PO296 NEURITE ÓPTICA INFLAMATÓRIA ASSOCIADA AO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO: RELATO DE CASO J.R. Escosteguy, N.L. Konrad, L.B. Raguzzoni, E. Lopes, M. Teixeira, C.M. Rocha Centro Universitário UNIVATES, Lajeado, RS, Brasil Palavras-chave: Neurite óptica; Anticorpo antifosfolipídeo; Lúpus. Introduc¸ão: A doenc¸a do nervo óptico representada pela neurite óptica e pela neuropatia óptica isquêmica afeta aproximadamente 1% dos pacientes com Lúpus Eritematoso Sistêmico. Estas manifestac¸ões oculares tem sido associadas com outras manifestac¸ões neurológicas, com presenc¸a de anticorpos antifosfolipídio, nefropatia e aumento da mortalidade. Relato do caso: AG, 35 anos, nulípara. Consultou oftalmologista devido a queixas visuais súbitas no olho direito. Ao exame apresentou reduc¸ão do campo visual e defeito altitudinal em olho direito. Realizou exames específicos como mapeamento da retina com edema de disco óptico e pregueamento da membrana limitante interna circunjacente e a tomografia de coerência óptica demonstrou aumento da espessura da camada de fibras nervosas do olho direito.

A angiofluorescência ocular acusou formac¸ão de circulac¸ão colateral epipapilar em ambos os olhos, sugestivo de isquemia, firmando o diagnóstico de neurite óptica inflamatória à direita com possível associac¸ão isquêmica. Foi encaminhada ao neurologista, que a tratou com prednisona 1 mg/kg/dia, por uma semana e após com reduc¸ão gradual da dose. Obteve resposta visual completa com o corticóide. O resultado da ressonância de encéfalo estava normal e os resultados de exames laboratoriais como proteina c reativa, velocidade de hemossedimentac¸ão, FAN, fator reumatoide, de sorologias virais e de toxoplasmose foram negativos. Porém o VDRL obteve resultado reagente com FTAbs IgM e IgG negativos. Foram solicitadas então sorologias para síndrome antifosfolipídica (SAF), com anti-cardiolipina IgM em título moderado. Encaminhada à reumatologista, que solicitou anti-ssa, anti-ssb, anti-sm, anti-dna que obtiveram resultados negativos, porém C3 e C4 reduzidos, em vigência do corticóide. Vindo a confirmar Lúpus Eritematoso Sistêmico, iniciou-se hidroxicloroquina e prednisona com reduc¸ão de dose, além do AAS. Discussão: A hipótese diagnóstica até o momento é de neurite óptica associada ao Lúpus Eritematoso Sistêmico com anticorpos antifosfolipídeos associados, causando a neurite inflamatória com processo isquêmico associado.

refer ê ncias

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http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2017.07.189 PO297 NEUROLUPUS GRAVE: RELATO DE CASO J.B.V. Schwaner a , M. Armeliato a , R.A.C. Freire a , P.G. Pedreira a , H.C.M. Rossoni b , D.G. Ruiz a a Universidade Federal do Tocantins (UFT), Araguaína, TO, Brasil b Hospital Geral de Palmas Dr. Francisco Ayres (HGP), Palmas, TO, Brasil Palavras-chave: Lupus Eritematoso sistêmico; Neurolupus; Sistema nervoso central

Introduc¸ão: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doenc¸a autoimune crônica, com predominância em mulheres. É caracterizada por reac¸ão inflamatória em diversos órgãos

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e sistemas e que evolui intercalando períodos de atividade e remissão. O acometimento neuropsiquiátrico é considerado um dos critérios de classificac¸ão da doenc¸a pelo American College of Rheumathology e inclui uma diversidade de quadros, destacando-se: convulsões, psicose, depressão, AVC, entre outros. Descric¸ão do caso: NCMS, 11 anos, sexo feminino, relata início de quadro febril após vacinac¸ão contra o HPV com durac¸ão de 3 dias até o atendimento médico, no qual foi prescrito nimesulida. Subsequente referiu hematomas em membros inferiores relacionados previamente a trauma local. Há aproximadamente 1 mês evoluiu com febre, distensão abdominal, edema periorbitário e oligúria. Internada para investigac¸ão e realizac¸ão de exames, apresentou ao exame laboratorial leucopenia e plaquetopenia. Foi encaminhada ao centro cirúrgico para realizac¸ão do mielograma, sem alterac¸ões. Na ocasião iniciou com crises convulsivas persistentes de difícil controle, depressão respiratória e hipotensão. Associado a oligúria, icterícia 2 + /4 + , edema, hepatomegalia, eritema malar e perfusão diminuída. Necessitando de intubac¸ão, ventilac¸ão mecânica, drogas vasoativas, altas doses por tempo prolongado de drogas anticonvulsivantes, benzodiazepínicos, concentrado de hemácias e hemodiálise; dando seguimento na unidade de terapia intensiva. Realizou-se a punc¸ão do líquor e angiorressonância cerebral que não evidenciaram alterac¸ões significativas. Contudo, a tomografia e ressonância de crânio apresentaram sinais sugestivos de alterac¸ões sequelares. O diagnóstico de LES foi confirmado por apresentar critérios clínicos e laboratoriais compatíveis, iniciando Bactrim profilático e a pulsoterapia com metilprednisolona e ciclos com ciclofosfamida. Paciente recebeu alta após 48 dias hospitalizada, clinicamente estável, porém com sequelas neurológicas. Discussão: O LES apresenta grande prevalência na infância e adolescência. As manifestac¸ões neurológicas estão associadas à diminuic¸ão da qualidade de vida e elevadas taxas de morbimortalidade, decorrente o dano de órgão de referência.

refer ê ncias

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PO298 NEUROPATIA PERIFÉRICA ASSOCIADA AO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO: CARACTERIZAC¸ÃO, TRATAMENTO E EVOLUC¸ÃO A CURTO E LONGO PRAZO S. Fargetti, S.G. Pasoto, L.P.C. Seguro, M.R.U. Lopes, C.R. Gonc¸alves, E. Bonfa, E.F. Borba Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil Introduc¸ão: Poucos estudos caracterizaram a neuropatia periférica (NP) associada ao lupus eritematoso sistêmico (LES). Objetivo: Descrever a evoluc¸ão da NP atribuída ao LES. Métodos: Foram identificados pacientes com LES (ACR 1997) que apresentaram NP sintomática, comprovada por eletroneuromiografia, classificados de acordo com a nomenclatura do ACR para manifestac¸ões neuropsiquiátricas do LES. Foram excluídos pacientes com qualquer condic¸ão clínica associada a NP, como comorbidades, drogas ou infecc¸ões. Foram selecionados como controles pacientes LES sem NP, pareados por idade, sexo e tempo de doenc¸a. O quadro clinico-laboratorial e tratamento da NP foram avaliados, bem como a evoluc¸ão em 1 e 5 anos. Resultados: NP devido ao LES foi identificada em 38/2095 pacientes (1,8%). O padrão mais comum foi a polineuropatia sensitivo motora (68,4%), envolvendo membros inferiores. A NP ocorreu nos primeiros 5 anos de doenc¸a em 63,2% dos pacientes, acompanhada de altos índices de SLEDAI (11,5 ± 10,5 vs. 4,9 ± 6,7; p < 0,0001). Houve associac¸ão de NP a linfopenia (OR 2,48; IC95% 1,05 – 5,89; p = 0,039), vasculite cutânea (OR 3,91; IC95% 1,59 – 9,54; p = 0,003) e anticorpos anti-Sm (OR 2,77; IC95% 1,16 – 6,61; p = 0,022). O tratamento foi realizado com corticóide (100%) e imunossupressores: 50% receberam ciclofosfamida intravenosa e 42,1% azatioprina. Após um ano de tratamento, 92,1% apresentaram evoluc¸ão favorável da NP (36,8% remissão completa e 55,3% parcial), associada à reduc¸ão do SLEDAI (11,5 ± 10,5 vs. 1,7 ± 3,7; p < 0,001), dose de prednisona (48,3 ± 17,9 vs. 15,3 ± 13,4 mg/dia; p < 0,0001) e de medicac¸ão sintomática (57,9% vs. 29,7%; p = 0,02). Após 5 anos de acompanhamento, 89,3% dos pacientes mantiveram remissão da NP (35,7% remissão completa e 53,6% parcial). Conclusão: A NP decorrente do LES é associada à presenc¸a de vasculite cutânea, linfopenia e anticorpos anti-Sm. Há boa evoluc¸ão na maioria destes pacientes após 1 ano de imunossupressão, sustentada por 5 anos após este tratamento.

refer ê ncias

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