PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PORTADORES DE ARTRITE REUMATOIDE EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO DE CURITIBA‐PR

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PORTADORES DE ARTRITE REUMATOIDE EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO DE CURITIBA‐PR

S30 r e v b r a s r e u m a t o l . 2 0 1 7;5 7(S 1):S1–S44 Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil Palavras-cha...

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S30

r e v b r a s r e u m a t o l . 2 0 1 7;5 7(S 1):S1–S44

Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil Palavras-chave: Artrite Reumatoide; Medicamentos modificadores do curso de doenc¸a; HAQ

PO51

Introduc¸ão: A artrite reumatoide (AR) é a causa mais comum de artrite autoimune na populac¸ão adulta. O diagnóstico precoce, o início imediato dos medicamentos modificadores do curso da doenc¸a (MMCD) e o controle rigoroso da atividade são de grande importância para o prognóstico dessa enfermidade. Objetivo: Estudar as características demográficas, clínicas, sorológicas e terapêuticas de pacientes de AR acompanhados no ambulatório de um hospital terciário. Métodos: Estudo transversal com dados da visita inicial de um estudo prospectivo, de 100 pacientes consecutivos com diagnóstico de AR (ARA 1987 ou ACR 2010), participantes do estudo AR na Vida Real no Brasil. Resultados: Dos 100 pacientes, 82% eram mulheres, com média de idade de 60,7 anos e mediana de 13,5 anos de doenc¸a. A mediana do intervalo desde o início dos sintomas ao diagnóstico, bem como ao início dos MMCD, foi de 12 meses (1240 meses). O reumatologista foi o primeiro médico em 26%, porém foi quem fez o diagnóstico da AR em 82% dos casos. Doenc¸a erosiva esteve presente em 70%. Fator Reumatoide e Anti-CCP foram positivos em 72% (70/97) e 69% (18/26), respectivamente. A mediana da velocidade de hemossedimentac¸ão foi de 21,5 mm/h. Corticoesteroides estavam sendo usados por 35% dos pacientes, metotrexato por 80%, leflunomida por 16%, hidroxicloroquina por 15%, sulfassalazina por 3%, azatioprina por 2% e imunobiológicos por 16%. Terapia combinada entre MMCD sintéticos ocorreu em 19% e entre MMCD sintético com biológico, em 16%. A média do índice clínico de atividade de doenc¸a (CDAI) e da capacidade funcional (HAQ-DI) foi, respectivamente, de 9,8 e 0,98. Discussão: Embora nossa coorte apresente um controle de doenc¸a satisfatório (CDAI com atividade leve e HAQ-DI < 1,0), o elevado percentual de pacientes com doenc¸a erosiva deve estar relacionado com o longo tempo do início dos sintomas ao diagnóstico e ao início dos MMCD.

B.Q. Zardo, M.B. Bisognin, A.B.A. Guimarães, L.B. Zeni, J.P. Cunha, M.S. Enokawa, L.H. Giovanella, C.N. Rossetto, S.C. Kowalski, S.C. Radominski

refer ê ncias

1. Corbacho MI, Dapueto JJ. Avaliac¸ão da capacidade funcional e da qualidade de vida de pacientes com artrite reumatoide. Rev Bras Reumatol. 2010;50:31–43. 2. Stoffer MA, Schoels MM, Smolen JS, Aletaha D, Breedveld FC, Burmester G, et al. Evidence for treating rheumatoid arthritis to target: results of a systematic literature search update. Ann Rheum Dis. 2016;75:16–22. 3. Khan NA, Spencer HJ, Abda EA, Alten R, Pohl C, Ancuta C, et al. Patient’s global assessment of disease activity and patient’s assessment of general health for rheumatoid arthritis activity assessment: are they equivalent? Ann Rheum Dis. 2012;71:1942–9.

http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2017.06.053

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PORTADORES DE ARTRITE REUMATOIDE EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO DE CURITIBA-PR

Hospital de Clínicas, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR, Brasil Palavras-chave: Artrite reumatoide; Epidemiologia Introduc¸ão: A epidemiologia da artrite reumatoide (AR) no Brasil traz certas peculiaridades, haja vista as características únicas deste país, tais como dimensão, grau de industrializac¸ão, alto nível de desigualdade social e um sistema de saúde universal. Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico dos pacientes portadores de artrite reumatoide dos pacientes do nosso servic¸o. Métodos: Este estudo foi submetido e aprovado pelo comitê de ética em pesquisa desta instituic¸ão. Foram selecionados pacientes portadores de AR, que preenchiam os critérios ACR/EULAR 2010 e/ou ACR 1987, que aceitaram fazer parte do estudo e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, de maneira consecutiva, com início em 24/08/2015 e término em 13/03/2017, até atingir 101 pacientes. Na primeira consulta foi aplicado um questionário a respeito de dados demográficos, socioeconômicos, histórico familiar, hábitos de vida, características da doenc¸a, comorbidades e história médica pregressa. Nesta e em consultas subsequentes foram preenchidos questionários referentes a exame físico, anamnese, medicac¸ões em uso, HAQ, SF-12, SF-6D e índices compostos de atividade de doenc¸a, até a consulta final, realizada em 12-13 meses após a inicial. Objetivava-se atingir ao mínimo 3 consultas por paciente. Resultados: Resultados preliminares demonstram que desses pacientes escolhidos, 90% são do sexo feminino, com média de idade de 54 anos. Dos pacientes analisados até o momento (cerca de ¼ do total), 50% estão em uso de imunobiológicos, sendo o mais comum deles etanercept, seguido de infliximab e adalimumab. 70% dos paciente estão em uso de metotrexate, em uma dose média de 13,75 mg/semana, todos fazendo uso de ácido fólico. 30% dos pacientes estão em uso de corticoide (prednisona), sendo a maior dose 20 mg/dia e a menor 2,5 mg/dia. Apenas 24% dos pacientes encontram-se em remissão (DAS28 VHS), 16% em baixa atividade de doenc¸a e 60% em moderada atividade.

refer ê ncias

1. Gerlag DM, Raza K, van Baarsen LG, Brouwer E, Buckley CD, Burmester GR, et al. EULAR recommendations for terminology and research in individuals at risk of rheumatoid arthritis: report from the Study Group for Risk Factors for Rheumatoid Arthritis. Ann Rheum Dis. 2012;71:638–41.

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2. Aletaha D, Neogi T, Silman AJ, Funovits J, Felson DT, Bingham CO, et al. 2010 Rheumatoid arthritis classification criteria: an American College of Rheumatology/European League Against Rheumatism collaborative initiative. Ann Rheum Dis. 2010;69:1580–8.

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impacto clínico desse padrão de alterac¸ões. Portanto, novos estudos são necessários para elucidar melhor essa relac¸ão.

refer ê ncias

http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2017.06.054 PO52 PERFIL LIPIDICO DE PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE EM USO ANTI TNF ALFA L.R. Martins a , Y.F.B. Chagas b , C.M.M. Veiga b , A.V.O. Silva b , V.G. Vigneron b , W.J. Padilla b , F.C. Freire b , J.L.P. Vaz b , M.C.F. Salgado b a

Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG), Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Rio de Janeiro, RJ, Brasil b Servic¸o de Reumatologia, Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG), Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Rio de Janeiro, RJ, Brasil Palavras-chave: Artrite Reumatoide; Dislipidemia; Anti TNF alfa Introduc¸ão: As comorbidades nos pacientes com artrite reumatoide (AR) são comuns e têm impacto importante na morbidade e mortalidade dos mesmos. Dentre elas, a dislipidemia, caracterizada nesses pacientes pelo aumento do colesterol total e reduc¸ão da lipoproteína de alta densidade – HDL, é resultado tanto do contexto inflamatório sistêmico da AR, quanto do uso de algumas medicac¸ões, como os corticoides. Objetivo: Avaliar o perfil lipídico de pacientes com AR antes e após a introduc¸ão da terapia com agentes biológicos anti-fator de necrose tumoral alfa (Anti-TNF alfa). Método: Trata-se de uma série de casos, baseados na revisão de prontuários, de uma amostra de 41 pacientes. Os dados do perfil lipídico (Colesterol Total - CT, Lipoproteína de Baixa Densidade - LDL, HDL e Triglicérides) foram coletados no intervalo de dois anos antes e dois após a introduc¸ão da terapia com Anti-TNF alfa. Os valores quantitativos foram demonstrados como média e desvio-padrão, sendo comparados posteriormente por meio do teste t de Student. Considerou-se como estatisticamente significativo o valor de p < 0,05. Resultados: Os valores de CT (aumento na média de 181,89 mg/dL para 192,07 mg/dL, p = 0,046) e triglicerídeos (aumento na média de 114,04 mg/dL para 126,78 mg/dL, p = 0,047) apresentaram alterac¸ões significantes. Quanto as demais variáveis, houve um aumento do HDL (52,82 mg/dL para 53,43 mg/dL) e uma diminuic¸ão do LDL (116,44 mg/dL para 115,10 mg/dL), entretanto, os mesmos não tiveram relevância estatística. Conclusão: Em relac¸ão a terapêutica com Anti-TNF alfa, observou-se que o perfil lipídico desses pacientes se manteve ruim. Logo, fica claro a importância dos tratamentos específicos, como o uso de estatinas para a dislipidemia, quando necessário. Apesar dos resultados encontrados serem compatíveis com os da literatura médica, ainda não está claro o

1. Avelar AB, Melo AKG, Souza BDB. Avaliac¸ão prospectiva do perfil lipídico na artrite reumatoide. Rev Bras Reumatol. 2008;48:213–7. 2. Pereira IA, Mota LMH, Cruz BA, Brenol CV, Fronza LSR, Bertolo M, Barros, et al. Consenso 2012 da Sociedade Brasileira de Reumatologia sobre o manejo de comorbidades em pacientes com artrite reumatoide. Rev Bras Reumatol. 2012;52:483–95. 3. Daïen CI, Duny Y, Barnetche T, Daurès JP, Combe B, Morel J. Effect of TNF inhibitors on lipid profile in rheumatoid arthritis: a systematic review with meta-analysis. Ann Rheum Dis. 2012;71:862–8.

http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2017.06.055 PO53 PERFIL LIPÍDICO DE PACIENTES PORTADORES DE ARTRITE REUMATOIDE EM TRATAMENTO COM MEDICAC¸ÃO ANTI-FATOR DE NECROSE TUMORAL A A.J.P. Luz, R.P.O.M. Andrade, W.P. Vieira, S.A.S. Studart, R.M.R.A. Vieira Hospital Geral da Fortaleza (HGF), Fortaleza, CE, Brasil Palavras-chave: Artrite reumatoide; Terapia imunobiologica; Risco cardiovascular Objetivos: Determinar o perfil lipídico dos pacientes com artrite reumatoide (AR) seguidos no Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e avaliar o efeito da terapia biológica utilizada no risco cardiovascular desses pacientes. Métodos: No total, 338 pacientes com AR foram avaliados. Comparac¸ão entre pacientes com AR tratados com drogas modificadoras do controle da doenc¸a (DMCDs) com medicac¸ão biológica, principalmente anti-TNF␣, foi realizada. A análise estatística foi feita utilizando o programa SPSS versão 22.0 O nível de significância do estudo foi 5%. Resultados: A média de idade foi de 53,5 + 12 anos, a maioria era do sexo feminino (90,8%), com média de durac¸ão de doenc¸a de 12,2 + 8,7 anos. Usavam medicac¸ão biológica 54,7% dos pacientes e 36,7% usavam anti-TNF␣. Encontramos níveis mais elevados de colesterol total (203,7 ± 46,0 mg/dL vs. 188,8 ± 39,2 mg/dL, p = 0,001), HDL (51,9 ± 13,3 mg/dL vs. 48,5 ± 13,5 mg/dL, p = 0.009) e LDL (124,5 ± 37,8 mg/dL vs. 113,0 ± 32,2 mg/dL, p = 0,015) no grupo tratado com essas medicac¸ões em comparac¸ão ao grupo em uso apenas de DMCDs. Pacientes tratados com anti-TNF␣ tinham HDL (52,1 ± 14 mg/dL vs. 48,5 ± 13,5 mg/dL; p = 0,029) mais elevado e PCR (2,9, 0,1-124 mg/L vs. 6, 0,2-134 mg/L; p = 0,026) mais baixo que o grupo em uso de DMCDs tradicionais. Conclusão: Observamos alta atividade de doenc¸a nos pacientes com AR e os níveis de HDL e de inflamac¸ão foram mais baixos nos pacientes que faziam uso de terapia anti-TNF,