SACROILEÍTE INFECCIOSA SIMULANDO ESPONDILOARTROPATIA SORONEGATIVA: RELATO DE CASO

SACROILEÍTE INFECCIOSA SIMULANDO ESPONDILOARTROPATIA SORONEGATIVA: RELATO DE CASO

S136 r e v b r a s r e u m a t o l . 2 0 1 7;5 7(S 1):S131–S138 Departamento de Reumatologia Pediátrica, Pontifícia Universidade Católica de Campina...

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Departamento de Reumatologia Pediátrica, Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), Campinas, SP, Brasil Palavras-chave: Ultrassom; Artrite Idiopática Juvenil; Sinovite

PO225

Introduc¸ão: A Artrite Idiopática Juvenil (AIJ) corresponde a um grupo heterogêneo de doenc¸as de origem desconhecida, caracterizadas pela presenc¸a de artrite crônica (≥ 6 semanas) de início antes dos 16 anos de idade. Trata-se de um diagnóstico de exclusão, sem marcador específico, o que pode dificultar a investigac¸ão da artrite. Os exames de imagem são importantes no diagnóstico, diagnóstico diferencial e acompanhamento da AIJ, eles identificam o tipo e a extensão do quadro articular e descartam outras alterac¸ões ósseas além de monitorizar a progressão da doenc¸a e resposta terapêutica. Descric¸ão de caso: Feminino, 9 anos, com história de 2 anos de poliartrite migratória, emagrecimento severo, febre baixa e dor abdominal intermitentes. Foi atendida em diversos servic¸os de emergência, tendo recebido analgésicos, antitérmicos e antibióticos, sem melhora do quadro, quando foi encaminhada à internac¸ão. Ao exame físico apresentava-se emagrecida, com bloqueio de punhos e cotovelos e artrite de 3 a interfalangeana proximal. Os exames laboratoriais apresentavam provas inflamatórias levemente aumentadas. Infecc¸ões crônicas e neoplasia foram descartados. Às provas reumatológicas apresentou apenas FAN positivo em baixos títulos e demais anticorpos negativos. A Ressonância Magnética de cotovelo evidenciou sinais de sinovite e derrame articular e, o Ultrassom Reumatológico (USR) observou importantes sinais de sinovite em punhos, mãos, cotovelos e ombros com Power Doppler positivo. Feita hipótese diagnóstica de AIJ e foi submetida a pulsoterapia com metilprednisolona, evoluiu com melhora dos sintomas e ao USR de controle apresentava diminuic¸ão significativa dos sinais de sinovite. Discussão: O USR é método não-invasivo, rápido, barato, inócuo, podendo ser repetido inúmeras vezes, capaz de avaliar várias articulac¸ões em um único tempo, com boa aceitac¸ão e dispensa o uso de anestésicos. Seu uso, por auxiliar a classificac¸ão da AIJ, tem implicac¸ões terapêuticas e devido alta sensibilidade, mostra-se útil no seguimento e confirmac¸ão de remissão clínica da doenc¸a.

F.B. Lopes, V.S. Souza, N.J.M.S. Brasil, D.P. Gonc¸alves, S.M.A. Fontenele, L.B. Aguiar

b

refer ê ncias

1. Manzoni SM, Epis O, Ravelli A, Klersy C, Visconti C, Lanni S, et al. Comparison of Clinical Versus Ultrasound-Determined Synovitis in Juvenile Idiopathic Arthritis. Arthritis & Rheumatism. 2009;61:1497–504. 2. Haslam KE, McCann LJ, Wyatt S, Wakefield RJ. The detection of subclinical synovitis by ultrasound in oligoarticular juvenile idiopathic arthritis: a pilot study. Rheumatology. 2010;49:123–7. 3. Petty RE, Southwood TR, Baum J, Bhettay E, Glass DN, Manners P, et al. Revision of the proposed classification criteria for juvenile idiopathic arthritis: Durban, 1997. J Rheumatol. 1998;25:1991–4.

SACROILEÍTE INFECCIOSA SIMULANDO ESPONDILOARTROPATIA SORONEGATIVA: RELATO DE CASO

Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil Palavras-chave: Sacroileite; Sacroileite pós infecc¸ão; Scroileite pós aborto infectado. Introduc¸ão: Sacroilíaca, devido sua anatomia, pode ser afetada por diversas patologias. Espondiloartropatias soronegativas são exemplos clássicos destes distúrbios. Porém outras patologias podem causar sacroileíte, como alterac¸ões degenerativas, por deposic¸ão de cristais, tumores e infecc¸ões. Infecc¸ões são incomuns na articulac¸ão sacroilíaca. Germe mais comum é o estafilococo. Esta apresentac¸ão tem como objetivo relatar caso de sacroileíte infecciosa após abortamento retido. Descric¸ão: M.A.C., 20 anos, hígida, apresentou, em novembro/2015, quadro súbito de dor em hipogastrio associada a menorragia. Foi diagnósticada com abortamento em curso sendo submetida a curetagem. Evoluiu com forte lombalgia, que impedia deambulac¸ão, associada a adinamia, febre (38 ◦ C) e retenc¸ão urinária/fecal. Negava trauma ou alterac¸ão na sensibilidade. Posteriormente, realizou ressonância magnética (RM) das sacroilíacas, evidenciando sinais de sacroileíte em atividade inflamatória e alterac¸ões iniciais de dano estrutural. Recebeu diagnóstico de abortamento retido infectado e sacroileíte infecciosa secundária ao abortamento. Iniciou antibioticoterapia, recebendo alta hospitalar, porém com persistência da lombalgia. Em acompanhamento ambulatorial persiste com dor lombar após 15 meses da alta hospitalar, intermitente e de leve intensidade. Em uso de AINES. Nova RM das sacroilíacas evidenciou substituic¸ão gordurosa das metades superiores das superfícies articulares ilíacas e sacrais bilateralmente (fase de resoluc¸ão da inflac¸ão). Discussão: Conceito de artrite reativa no grupo das espondiloartropatias requer presenc¸a de uma artrite asséptica associada à evidência de infecc¸ão precedente. Acometimento axial pode aparecer em 20% dos casos. Evoluem como surto único (10% a 20%), crises recorrentes (40% a 60%) ou cronificar (20% a 30%). A pesquisa do HLA-B27, positiva em 50% a 80% dos casos, não é importante como diagnóstico, sim como determinante de prognóstico. Na fase articular aguda da doenc¸a, inicia-se o tratamento com AINH, doses convencionais, com durac¸ão enquanto houver atividade articular, não havendo nenhum AINH comprovadamente superior aos demais. Quanto aos agentes biológicos anti-TNFa sua indicac¸ão não está bem estabelecida nas artrites reativas.

refer ê ncias

http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2017.07.116 1. Barros PDS, Azevedo VF, Bonfiglioli R, Campos WR, Carneiro SCS, Carvalho MAP, et al. Consenso Brasileiro de Espondiloartropatias: Outras Espondiloartropatias Diagnóstico

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e Tratamento – Primeira Revisão. Rev Bras Reumatol. 2007;47:243–50. 2. Hochberg MC, Silman AJ, Smolen JS, Weinblatt ME. Reumatologia. 6 ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2016.

3. Sobic-Saranovic D, Artiko V, Obradovic V. FDG PET imaging in sarcoidosis. Semin Nucl Med. 2013;43:404–11.

http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2017.07.117

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PO226

O USO DO DOPPLER ESPECTRAL PARA AVALIAC¸ÃO DE ATIVIDADE INFLAMATÓRIA EM PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE

USO DE FDG-PET COMO INSTRUMENTO PARA IDENTIFICAC¸ÃO PRECOCE DE PROCESSO INFLAMATÓRIO EM LINFONODOS MEDIASTINAIS EM UM PACIENTE COM SARCOIDOSE: RELATO DE CASO A.C.M. Sodré, F.F. Barboza, J.F. Pignatari, M.M.M. Cortês, A.A.V. Pugliesi, Z. Sachetto Disciplina de Reumatologia, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil Palavras-chave: FDG-PET; Tomografia por emissão de pósitrons; Sarcoidose Introduc¸ão: A sarcoidose é uma doenc¸a granulomatosa sistêmica que acomete principalmente pulmões e linfonodos. Seu diagnóstico é feito com base em achados clínicos, radiológicos e anatomopatológicos (granulomas não-caseosos), após exclusão de outras causas. A tomografia por emissão de pósitrons com fluodeoxiglicose (FDG-PET) tem se mostrado importante para encontrar focos ocultos de inflamac¸ão pela sarcoidose. Descric¸ão do caso: Paciente do sexo masculino, branco, 39 anos, com febre prolongada, perda ponderal, oligoartrite, esplenomegalia, anemia, leucocitose e elevac¸ão de provas inflamatórias. Não havia linfonodomegalia ou alterac¸ão pulmonar à tomografia computadorizada de tórax que pudesse sugerir sarcoidose. O FDG-PET que mostrou áreas focais de hipercaptac¸ão do radiotrac¸ador em lindonodos mediastinais bilateralmente. A biópsia de linfonodo foi realizada por mediastinoscopia e foi encontrada intensa linfadenite crônica com granulomas não-caseosos. Outras doenc¸as granulomatosas, inclusive micobacterioses, foram excluídas, permitindo o diagnóstico de sarcoidose. Discussão: Relatamos o caso de um paciente com quadro clínico inespecífico em que o FDG-PET permitiu identificac¸ão de processo inflamatório em linfonodos que ainda não se encontravam aumentados de tamanho e orientou o local da biópsia. O FDG-PET tem alta sensibilidade para detecc¸ão de linfadenopatia torácica da sarcoidose e para avaliac¸ão da extensão da doenc¸a, além de permitir avaliac¸ão de resposta ao tratamento.

refer ê ncias

1. Valeyre D, Prasse A, Nunes H, Uzunhan Y, Brillet PY, Müller-Quernheim J. Sarcoidosis. Lancet. 2014;383:1155–6. 2. Treglia G, Annunziata S, Sobic-Saranovic D, Bertagna F, Caldarella C, Giovanella L. The role of 18F-FDG-PET and PET/CT in patients with sarcoidosis: an updated evidence-based review. Acad Radiol. 2014;21:675–8.

http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2017.07.118

J.A. Mendonc¸a a , M.R. Andrade a , J.C. Bortoletto b , G.O. Lima b , L.E. Pedri a , A.M. Lyrio a , L.M.K.R. Brandão c a Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), Campinas, SP, Brasil b Faculdade de Medicina, Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), Campinas, SP, Brasil c Hospital e Maternidade Celso Pierro, Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), Campinas, SP, Brasil Palavras-chave: Artrite reumatoide; Doppler spectral; Resistência interna

Introduc¸ão: A ultrassonografia (US) monitora a atividade da Artrite Reumatoide (AR), reconhecendo destruic¸ão articular, sinovite e graduac¸ão em fase pré-radiográfica. O Doppler espectral (DE) avalia fluxo na microcirculac¸ão sinovial e diferencia inflamac¸ão ativa e inativa pela vascularizac¸ão do pannus. O fluxo lento pela resistência interna (RI) indica inflamac¸ão ativa e neoangiogênese. Objetivos: Caracterizar a inflamac¸ão articular pelo DE na Artrite Reumatoide e correlacionar com provas laboratoriais e índice de atividade inflamatória clínica. Material e métodos: 13 pacientes, idade média de 56 anos, 92,3% feminino e 7,7% masculino, caucasoides, 12 anos de tempo médio de diagnóstico. Utilizou-se escore 7 para avaliar 91 recessos dorsais articulares; a RI, a avaliac¸ão semiquantitativa da escala de cinza (GS) de 0 a 3 para avaliar sinovite. O coeficiente de correlac¸ão de Spearman verificou correlac¸ão linear entre variáveis não-paramétricas. Resultados: Média e desvio padrão: Fator reumatoide 200,20 ± 247,85 UI/L, velocidade de hemossedimentac¸ão (VHS) 55,08 ± 34,30 mm, proteína C reativa 1,2 ± 2,68 mg/dL, Disease Activity Score 28 - DAS28 - VHS 4,9 ± 1,73 e RI 0,54 ± 0,14. Pelo Spearman, RI correlacionou significativamente com VHS (0,768; p < 0,01) e com DAS28(VHS) (- 0,606; p < 0,05) e GS com FR (0,620;p = 0,024). 33% em uso de anti–TNF, 22,2% abatacept, 11,1% tofacitinibe, 22,2% sulfassalazina e 61,5% metotrexato (MTX), 80% biológico com metotrexate, 15,4% outros. Discussão: A RI baixa pode caracterizar processo inflamatório na vigência de um VHS e um DAS28(VHS) elevado. A sinovite pela GS apresentou correlac¸ão com o FR. O FR elevado indica maior agressividade da AR, pior prognóstico e manifestac¸ões extra articulares, principalmente associado a uma sinovite pela GS grau 2 a 3. Conclusão: O DE detecta inflamac¸ão sinovial, auxiliando no diagnóstico inicial com impacto no tratamento precoce e