r e v b r a s r e u m a t o l . 2 0 1 7;5 7(S 1):S1–S44
em membros inferiores. Fez uso de Rituximabe (2013) ocorrendo reac¸ão alérgica onde se optou por Ciclofosfamida (CYC) 1 g/mês 9 doses total, para tratamento da vasculite. Em 2016 foi internada, devido piora clínica importante, com infecc¸ão trato urinário e em locais de úlceras vasculíticas, além de Insuficiência Cardíaca (IC) classe III de NYHA. Ao exame: REG, dispneia aos pequenos esforc¸os, debilitada, acamada, pálida, hipocorada (3+/4+); AR: reduzido em bases; Abd: globoso, ascítico, doloroso, bac¸o palpável; OA: deformidades articulares (mãos, cotovelos, joelhos, pés); Extremidades: lesões ulceradas com fundo granulomatoso e saída de secrec¸ão purulenta em toda extensão de pernas; Exames laboratoriais com neutropenia (leucócitos abaixo de 3.000 e mais de dois exames) e esplenomegalia confirmada por USG, fechando diagnóstico de Síndrome de Felty. Após antibioticoterapia, voltou a realizar pulsoterapia mensal com CYC (contraindicado Tocilizumabe devido IC), além de corticosteroides evoluindo com melhora do quadro. Conclusão: SF apresenta elevada morbimortalidade em razão das infecc¸ões recorrentes. Após o advento das drogas modificadoras do curso da doenc¸a (DMARDs) sintéticos e biológicos, e com isso melhor controle da AR, há uma forte tendência na reduc¸ão desta entidade. Desta forma, o diagnóstico e tratamento precoce podem evitar a evoluc¸ão das manifestac¸ões extra-articulares graves da AR.
refer ê ncias
1. Ayzenberg M, Shenberger KN. Successful Treatment of a Large Cutaneous Ulcer and mprovement in the Hematologic Manifestations of Felty Syndrome With Rituximab. J Clin Rheumatol. 2014;20:440–1. 2. Narváez J, Domingo-Domenech E, Gómez-Vaquero C, López-Vives L, Estrada P, Aparicio M, et al. Biological Agents in the Management of Felty’s Syndrome: A Systematic Review. Arthritis Rheum. 2012;41:658–68. 3. Souza ÊRV, Bezerra FC, Passos LFS, Ribeiro SLE. Síndrome de Felty: Relato de Caso e Revisão da Terapêutica. Rev Bras Reumatol. 2007;47:303–8.
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2017.06.010 PO8 ARTRITE REUMATOIDE NA VIDA REAL: CARACTERÍSTICAS DEMOGRÁFICAS, CLÍNICAS E AVALIAC¸ÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL E QUALIDADE DE VIDA DE 100 PACIENTES DA FSCMPA A.S. Junior a , R.H. Boulhosa a , J.J.T. Frazão a , J.B. Medeiros b , M.L. Sauma c , M.F.L. Sauma a , J.R.M. Carneiro a a
Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, PA, Brasil b Hospital Ipiranga, São Paulo, SP, Brasil c Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP, Brasil Palavras-chave: Artrite Reumatoide; Capacidade funcional; Qualidade de vida
S5
Introduc¸ão: Artrite Reumatoide é uma doenc¸a auto-imune caracterizada pelo acometimento inflamatório crônico e simétrico das articulac¸ões sinoviais periféricas, com prevalência estimada em 0,5 a 1% da populac¸ão (mulheres entre 30 a 50 anos). Diagnóstico tardio e controle inadequado de atividade estão associados à maior destruic¸ão articular, perda da capacidade funcional e maior mortalidade. Objetivo: Registrar características demográficas e clínicas de pacientes com diagnóstico de AR no servic¸o de Reumatologia da UFPA, estimando o impacto na qualidade de vida e capacidade funcional dos mesmos. Metodologia: Estudo observacional, transversal de 100 pacientes atendidos na FSCMPA diagnosticados com AR (ACR 1987 ou ACR/EULAR, 2010). Parte do Estudo AR na Vida Real no Brasil, Centro: UFPA (Região Norte). Dados coletados e armazenados no prontuário eletrônico “Meconsulte”. Resultados: A idade média foi de 57,8 anos, sendo 89% do gênero feminino. A maior parte se autodeclarou pardo (79%), eram casados (54%), pertencentes às classes C, D e E (87%). As médias temporais entre primeiros sintomas ao diagnóstico e início de droga modificadora do curso da doenc¸a (DMCD) foram respectivamente: 5,62 e 6,66 anos. A média de tempo de doenc¸a foi 12 anos. Em 70%, o médico generalista foi responsável pelo primeiro atendimento, e o Reumatologista pelo diagnóstico (76%). A média de articulac¸ões edemaciadas na primeira avaliac¸ão foi 5,02, e articulac¸ões dolorosas 13,79. O tempo médio de rigidez matinal foi 51, 95 minutos. Em relac¸ão ao Índice Composto de Atividade da Doenc¸a-DAS28 VHS, 55% estava em atividade intensa. O HAQ médio foi 1,07 (DP- 0,97); 56% possuíam grau de limitac¸ão leve; SF-12 teve um escore médio em seu componente físico de 33,80 (DP 7,53), e mental de 51,00 (DP 12,3). Conclusão: Na vida real, a AR no Pará é diagnosticada pelo Reumatologista, tardiamente, com maior dificuldade no controle de atividade, limitac¸ões funcionais e pior qualidade de vida.
refer ê ncias
1. Sokka T, Kautiainen H, Pincus T, Toloza S, da Rocha Castelar Pinheiro G, Lazovskis J, et al. Disparities in rheumatoid arthritis disease activity according to gross domestic product in 25 countries in the QUEST–RA database. Ann Rheum Dis. 2009;68:1666–72. 2. da Mota LM, Laurindo IM, dos Santos Neto LL. Prospective evaluation of the quality of life in a cohort of patients with early rheumatoid arthritis. Rev Bras Reumatol. 2010;50:249–61. 3. Campolina AG, Bortoluzzo AB, Ferraz MB, Ciconelli RM. The SF-6D Brazil Questionnaire: Generation Models and Applications in Health Economics. Rev Assoc Med Bras (1992). 2010;56:409–14. 4. Chermont GC, Kowalski SC, Ciconelli RM, Ferraz MB. Resource utilization and the cost of rheumatoid arthritis in Brazil. Clin Exp Rheumatol. 2008;26:24–31. 5. Breedveld F. The value of early intervention in RA-a window of opportunity. Clin Rheumatol. 2011;30 Suppl 1:S33–9.
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2017.06.011