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REVISTA BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA www.reumatologia.com.br
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PO403 A IMPORTÂNCIA DE UMA LIGA ACADÊMICA DE REUMATOLOGIA NA FORMAC¸ÃO MÉDICA N.R.C.R. Miranda, L. Boschi, N.S. Artíbale, D.V.P. Roma Faculdade de Medicina em São José do Rio Preto (FACERES), São José do Rio Preto, SP, Brasil Palavras-chave: Liga acadêmica; Pesquisa; Reumatologia Introduc¸ão: A Reumatologia é o ramo da medicina que se ocupa do conjunto de doenc¸as relacionadas ao sistema osteoarticular, entretanto, muitos pacientes com doenc¸as reumáticas podem não apresentar queixas articulares, ósseas ou comprometimento de tecidos periarticulares, mas sim de órgãos diversos. Além disso, a reumatologia estuda a inflamac¸ão, que pode decorrer de diversas causas como, por exemplo, de doenc¸as autoimunes. Discussão: Diante da complexidade e abrangência de sistemas orgânicos acometidos por doenc¸as reumáticas, é irrefutável a relevância da criac¸ão de uma Liga Acadêmica que acrescente aos alunos de graduac¸ão conhecimento e experiência sobre reumatologia. Com a elaborac¸ão do plano de ensino, os membros diretivos buscaram realizar as atividades de forma dinâmica, sendo desenvolvido aulas teóricas, seminários, discussões de textos, apresentac¸ões de casos clínicos, execuc¸ão de projetos científicos, treinamento de técnicas e manobras do exame físico, visando tornar as reuniões mais produtivas. É importante salientar que a Liga Acadêmica de Reumatologia não teve como objetivo estimular uma futura especializac¸ão ou representar algo para suprir eventuais falhas do currículo da graduac¸ão, demonstrando assim, que a característica de complementaridade a qual uma liga acadêmica deve ter, foi priorizada. Comentários: Com base em artigos sobre o efeito de ligas acadêmicas na formac¸ão médica, conclui-se a importância do maior aprendizado sobre áreas específicas da medicina e a oportunidade singular para o desenvolvimento de atividades extracurriculares. A fundac¸ão desta liga, além de contribuir para formac¸ão acadêmica por acrescentar conhecimentos na área da reumatologia, também incentivou a humanizac¸ão, 0482-5004/$ – see front matter
através de ac¸ões de extensão para comunidade e promoc¸ão da saúde. A participac¸ão na Liga Acadêmica de Reumatologia também estimulou os membros a desenvolverem interesse por atividades de pesquisa, a qual colaborou com acervos científicos nesta área.
refer ê ncias
1. Gott VL, Patel ND, Yang SC, Baumgartner WA. Attracting outstanding students (premedical and medical) to a career in cardiothoracic surgery. Ann Thorac Surg. 2006;82:1–3. 2. Goodman NW. Does research make better doctors? Lancet. 1994;343:59. 3. Guimarães-Fernandes F, Hortêncio LOS, Unterpertinger FV, et al. Liga de Cirurgia Cardiotorácica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. In: Pêgo-Fernandes PM, Samano MN, Jatene FB, editors. Manual de Cirurgia Torácica Básica. 1a ed. Barueri: Manole; 2010. p. 118–22. 4. Martinelli, Maria Lúcia. Pesquisa Qualitativa: um instigante desafio. São Paulo: Veras; 1999. 5. Ander-EGG, Ezequiel. Introducción a lãs técnicas de inevestigación social: para trabajadores sociales. Buenos Aires: Humanitas; 1978.
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2017.07.300 PO404 ACESSO AO REUMATOLOGISTA PELA POPULAC¸ÃO DO RIO DE JANEIRO COM DOR MUSCULOESQUELÉTICA PERSISTENTE: RESULTADOS DO ESTUDO DORIO G.G.M. Balbi a , A.B. Vargas-Santos a , C.S.O. Elias a , R.B.C. Amorim a , D.V. Araújo b , G.R. Castelar-Pinheiro a a
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil b Departamento de Clínica Médica, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil Palavras-chave: Dor musculoesquelética; Acesso; Sistema de saúde
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Introduc¸ão: Doenc¸as musculoesqueléticas são muito prevalentes na populac¸ão geral, geram sofrimento e são causas importantes de afastamento temporário do trabalho e aposentadoria. Parte do impacto negativo das doenc¸as reumáticas se deve ao seu diagnóstico tardio e ao manuseio inadequado das mesmas. O reumatologista é o especialista melhor preparado para o diagnóstico e tratamento das condic¸ões musculoesqueléticas persistentes não traumáticas. Objetivo: Descrever o acesso ao reumatologista pelos pacientes com dor musculoesquelética persistente, em uma amostra da populac¸ão geral adulta do Rio de Janeiro. Método: Estudo transversal com 1000 moradores do Rio de Janeiro, maiores de 18 anos. Os entrevistados responderam perguntas sobre dados demográficos e acesso à saúde. Dor musculoesquelética persistente foi definida como dor com durac¸ão ≥ 4 semanas (provável etiologia reumática). O estudo foi conduzido de 27/03/2013 a 07/04/2013. Resultados: Dos 1000 entrevistados, 585 apresentaram dor musculoesquelética nos últimos 12 meses. Desses, 43,5% apresentaram dor persistente (25,4% do total). No grupo de dor persistente, 28,7% não procuraram atendimento médico, enquanto 15% o fizeram entre 1 e 6 meses de dor e 5,5% após ≥6 meses de dor. Dentre os motivos para o atraso para procurar atendimento, 42,3% dos pacientes “não deram importância às dores” e 25,0% “não conseguiram marcar consulta antes”. Com relac¸ão aos locais de atendimento, a maior parte desse grupo foi atendida por unidades particulares: 34% através de convênio de saúde e 29% por médicos particulares. Curiosamente, apenas 7% dos entrevistados com dor persistente procuraram atendimento nas Unidades Básicas de Saúde. A especialidade para a qual os pacientes foram mais encaminhados foi a ortopedia (67%), seguida pela reumatologia (34%). Conclusão: O acesso ao reumatologista pelos pacientes com dor musculoesquelética persistente ainda é abaixo do esperado e ocorre tardiamente, tanto por dificuldade de agendamento de consultas quanto por desconhecimento da populac¸ão.
refer ê ncia
1. Ministério da Fazenda. Anuário Estatístico da Previdência Social 2015. Brasília: MF/DATAPREV;2015. [Access 10 May 2017]. Available at: http://www.previdencia.gov.br/wpcontent/uploads/2015/08/AEPS-2015-FINAL.pdf.
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2017.07.301 PO405 ACHADOS CAPILARÓSCOPICOS EM PACIENTES COM PSORÍASE D.A.C. Araújo a , T.L. Prata b , M.T.O. Cavalcante b , R.S. Souza c , T.M. Pompeu c , S.M.A. Fontenele b a
Universidade Estadual do Ceará (UECE), Fortaleza, CE, Brasil
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Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil c Centro Universitário Christus (UNICHRISTUS), Fortaleza, CE, Brasil Palavras-chave: Psoríase; Capilaroscopia periungueal; Inibidor TNF-Alfa Introduc¸ão: A capilaroscopia periungueal (CPU) é um método de imagem não invasivo, barato e reprodutível, que permite a avaliacão das alteracões estruturais da microcirculacão periférica, diferenciando o fenômeno de Raynaud (FRy) primário do secundário, principalmente, à esclerose sistêmica (ES), através da ocorrência de capilares ectasiados entremeados por áreas de desvascularizac¸ão (padrão SD). Recentemente, a CPU vem sendo aplicada ao estudo de patologias que cursam com disfunc¸ão endotelial, como a psoríase (Pso), que mediante citocinas inflamatórias, como o fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), hiperregulado pelo fator de necrose tumoral (TNF-␣), pode acelerar a vasculopatia aterogênica e microangiopatia. Objetivo: Descrever alterac¸ões na CPU de pacientes com Pso cutânea, com ou sem artrite. Metodologia: Estudo exploratório, documental, para estudar características macro e microscópicas, segundo a ficha padrão de CPU de pacientes com Pso da Dermatologia, após consentimento dos mesmos. Foi utilizado o mesmo estereomicroscópio (15x), e observador habilitado único. Resultados: Estudou-se a microcirculac¸ão de 23 pacientes (14 homens), sendo achado positivo, apenas aqueles encontrados em 2 dedos de cada paciente. Todos os pacientes usavam inibidores do TNF-␣ há pelo menos 6 meses. Uma pacientes tinha ES cutânea difusa e Pso, apresentou apenas capilares ectasiados, assim como 4 pacientes com Pso (26.1%). De alterac¸ões macroscópicas, 60.8% dos pacientes apresentaram edema periungueal; e microscópicas: 30.4% dos pacientes apresentaram maior visibilidade de plexo venoso; 8.7%, micro-hemorragias. Discussão: Estudos anteriores demonstraram alterac¸ões inespecíficas na Pso, com ou sem artrite, talvez mais associada à doenc¸a ungueal, como: presenc¸a de capilares alongados ou enovelados, discreta ectasia capilar e maior visibilidade do plexo venoso subpapilar. A relevância desses achados deve ser interpretada dentro do contexto clínico de cada paciente. Como outros estudos comprovaram a func¸ão pró-angiogênica dos inibidores do TNF-␣, mas incapaz de normalizar completamente a microcirculac¸ão, talvez o uso prévio tenha influenciado positivamente.
refer ê ncias
1. Stinco G, Buligan C, Maione V, Valent F, Patrone P. Videocapillaroscopic findings in the microcirculation of the psoriatic plaque during etanercept therapy. Clin Exp Dermatol. 2013;38:633–7. ˜ 2. Martínez-Sales V, Vila V, Ricart JM, Vayá A, Todolí J, Nn´ nez C, et al. Increased circulating endothelial cells and microparticles in patients with psoriasis. Clin Hemorheol Microcirc. 2015;60:283–90.