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0. Enterotomografia normal e p-Anca aumentado. Colonoscopia com segmentos colônicos e reto com úlceras aftosas e lacerac¸ão no reto a 8 cm da borda anal. Biópsia com processo inflamatório e eosinofilia sugestivos de DC. Iniciado tratamento com prednisolona e mezalazina. Após oito meses apresentou novo sangramento e aumento da calprotectina fecal. Nova colonoscopia evidenciou DC em remissão parcial. Iniciadas prednisolona e azatioprina. Atualmente o paciente está em remissão clínica e com calprotectina normal. Discussão: O diagnóstico e o tratamento precoce objetivam reduzir as complicac¸ões e melhorar a qualidade vida dos pacientes. Conclusão: As doenc¸as inflamatórias intestinais devem ser lembradas como diagnóstico diferencial de HDB na pediatria.
cerbada atividade inflamatória e comprometimento de todo o cólon. A patogênese do PG, assim como da RCU, não está totalmente elucidada. Provavelmente ocorre um comprometimento da imunidade celular que, junto com outras alterac¸ões, poderia explicar a doenc¸a. O prognóstico costuma ser bom, principalmente naqueles pacientes que respondem bem ao tratamento inicial. Conclusão: O PG pode ter uma evoluc¸ão grave como neste caso, porém as lesões costumam regredir após a colectomia e partir do momento em que se alcanc¸a o controle da doenc¸a de base.
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RETOCOLITE ULCERATIVA EM PORTADORES DE DOENC¸A CELÍACA
P-090 PIODERMA GANGRENOSO NA RETOCOLITE ULCERATIVA: RELATO DE CASO Leandro Minatel Vidal de Negreiros, Elizete Aparecida Lomazi, Maria de Lourdes Setsuko Ayrizono, Michel Gardere Camargo, Carlos Augusto Real Martinez, Claudio Saddy Rodrigues Coy, Raquel Franco Leal Servic¸o de Coloprocotologia, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, SP, Brasil Introduc¸ão: O pioderma gangrenoso (PG) é uma manifestac¸ão comum que costuma estar associado às doenc¸as inflamatórias intestinais (DII), principalmente na retocolite ulcerativa (RCU). Trata-se de uma dermatose neutrofílica, crônica e muitas vezes recorrente. A apresentac¸ão clínica é variável, mas no geral se caracteriza por lesões cutâneas ulceradas e dolorosas, acomete principalmente os membros inferiores. Descric¸ão do caso: Paciente, 13 anos, sexo feminino, portadora de RCU – pancolite, com início das manifestac¸ões aos quatro anos, não responsiva ao tratamento clínico, com períodos de controle da atividade inflamatória com uso de corticoide, evolui com lesão ulcerada após nove anos de doenc¸a, principalmente em região de tornozelo esquerdo de grande extensão, com acometimento também do tornozelo direito. Tratada com terapia biológica e corticoide. Devido à refratariedade da doenc¸a colônica e manutenc¸ão dos PGs com pouca melhoria, optou-se por fazer colectomia total e ileostomia terminal. Evoluiu com melhoria do quadro com retirada do corticoide, cicatrizac¸ão dos PGs e melhoria nutricional, 13 meses após foi submetida à reconstruc¸ão do trânsito. Paciente em acompanhamento há oito anos, assintomática em uso de terapia biológica. Discussão: O PG é uma afecc¸ão dermatológica necrotizante, etiologia não infecciosa e muitas vezes recorrente, que apresenta geralmente lesões ulceradas profundas. Quando associado a RCU o PG predomina em mulheres jovens e está diretamente ligado às formas graves da doenc¸a, com exa-
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Odery Ramos Júnior a , Gabriela Piovezani Ramos a , Marcos Vinicius Nasser Holzmann a , Fabiana Rocha a , Ana Helena Bessa Gonc¸alves Vieira b , Eduardo Endo b , Antônio Carlos Trotta b a
Faculdade Evangélica do Paraná (Fepar), Curitiba, PR, Brasil b Hospital Universitário Evangélico de Curitiba (Huec), Curitiba, PR, Brasil Introduc¸ão: A retocolite ulcerativa inespecífica (RCUI) é reconhecida pelo seu mecanismo autoimune. A sua prevalência em portadores de doenc¸a celíaca (DC) é incomum. Descric¸ão do caso: Feminina, 22 anos, apresentava quadro de diarreia com sangue e dor abdominal havia duas semanas. Portadora de DC e hipotireoidismo (HT) desde a infância, controlados por dieta sem glúten e levotiroxina. Apresentava palidez cutaneomucosa e dor à palpac¸ão abdominal sem sinais de irritac¸ão peritoneal. Anemia e proteína C reativa elevada. Colonoscopia mostrou colite ulcerativa moderada a grave (Mayo 3) nas regiões de reto, sigmoide e cólon descendente. Apresentou boa resposta com uso de mesalazina e corticosteroide. Durante acompanhamento ambulatorial reativou, apresentou diarreia com muco, pus e sangue e atualmente encontra-se com controle clínico e endoscópico sob o uso de 5-ASA e azatioprina. Mantém sorologia para DC negativa e biópsia de duodeno normal. Discussão: O diagnóstico de RCUI foi confirmado do ponto de vista clínico, endoscópico e histológico, apresentou bom controle com a terapêutica convencional. Portadores de DC têm risco de 3,2% de desenvolver RCUI, em especial mulheres e com maior gravidade da lesão intestinal. Pacientes com RCUI apresentam 1,9% de chance de apresentar HT. Tanto a DC como a HT parecem ter seu diagnóstico precoce em relac¸ão à RCUI, como visto no relato. A concomitância das patologias encontradas é provavelmente pela resposta imunológica Th2 presente nessas situac¸ões. Devido a infrequente associac¸ão, não é rotina o rastreio da RCUI em portadores de DC. Conclusão: Apesar de raro, este caso demonstra a associac¸ão de DC e RCUI. A DC pode apresentar maior risco de desenvolver doenc¸as inflamatórias intestinais e deve-se estar
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atento ao diagnóstico diferencial na persistência de sintomas de diarreia apesar da restric¸ão ao glúten. https://doi.org/10.1016/j.jcol.2017.09.092 P-092 RELATO DE CASO: RETOCOLITE ULCERATIVA E ADENOCARCINOMA COLORRETAL – A IMPORTÂNCIA DA COLONOSCOPIA DE RASTREIO E DA CIRURGIA ESTENDIDA Annata Teixeira Della Costa, Andre Pereira Westphalen, Rubens Volpato, Larissa Loli Ritter, Raphael Flavio Fachini Cipriani, Geanine Baggio Fracaro, Mariana Juliato Becker Hospital Universitário do Oeste do Paraná (Huop), Cascavel, PR, Brasil Introduc¸ão: Retocolite ulcerativa (RCU) é uma condic¸ão inflamatória crônica que causa inflamac¸ão contínua da mucosa do cólon, com padrão ascendente e quadro clínico dependente da extensão da doenc¸a. O câncer colorretal (CCR), em longo prazo, é a complicac¸ão mais séria da RCU, com um risco aumentado de 2,4 vezes em pacientes do sexo masculino, pancolite e longa evoluc¸ão de doenc¸a. Para prevenc¸ão, recomenda-se colonoscopia de rastreamento e vigilância periódica. Quando a displasia multifocal ou câncer são confirmados, a cirurgia preconizada é a proctocolectomia. Caso: Masculino, 57 anos, RCU há 31 anos, admitido no pronto-socorro com febre, hematoquezia, diarreia e abdômen doloroso à palpac¸ão profunda em fossa ilíaca esquerda, distensão abdominal e raios X de abdômen sugestivo de obstruc¸ão intestinal baixa. Foi submetido a colonoscopia que evidenciou lesão tumoral obstrutiva a 40 cm do rebordo anal, porém com biópsia negativa para células malignas. Feito colectomia total com ileostomia terminal e sepultamento do coto retal. Na pec¸a cirúrgica observou-se lesão tipo lateral spreading tumor que media 10 cm em cólon direito e lesão vegetante e estenosante em cólon esquerdo. Anatomopatológico de adenocarcinoma com 14 linfonodos, nenhum metastático. Lesão de cólon direito identificou adenoma viloso. Discussão: Paciente em questão apresentava risco aumentado de CCR citado acima, concordava com a literatura, que descreve até 18% de risco de desenvolvimento após 30 anos de doenc¸a. O paciente não tinha avaliac¸ão do cólon direito por apresentar lesão estenosante, foi submetido a colectomia total devido a possíveis lesões sincrônicas, que se confirmou por pólipo adenomatoso avanc¸ado em cólon direito. Não foi feita ressecc¸ão retal em primeiro momento pelo mau estado geral do paciente e uso de corticoides. Conclusão: Em geral, a colonoscopia é indicada no rastreio do CCR de pacientes com RCU a cada 2-3 anos após oito anos de doenc¸a. A colectomia total é fundamental pelo alto índice de lesões sincrônicas. https://doi.org/10.1016/j.jcol.2017.09.093
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P-093 ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA DE 150 PACIENTES PORTADORES DE RETOCOLITE ULCERATIVA SOB INFLUÊNCIA DE TRATAMENTO, MANIFESTAC¸ÕES EXTRAINTESTINAIS E PERFIL EPIDEMIOLÓGICO COM O USO DO QUESTIONÁRIO SF-12 Fabíola de Carlos da Rocha a , Bruno Fontoura Cagliari a , Thelma Larocca Skare b a Faculdade Evangélica do Paraná (Fepar), Curitiba, PR, Brasil b Hospital Universitário Evangélico de Curitiba (Huec), Curitiba, PR, Brasil
Introduc¸ão: A retocolite ulcerativa (RCU) faz parte do domínio das doenc¸as inflamatórias intestinais (DII), as quais cursam com sintomas gastrointestinais ao longo do trato digestivo. Suas características inflamatórias resultam em manifestac¸ões extraintestinais (MEI). Essas, juntamente com a terapia farmacológica e o perfil epidemiológico de seus portadores, influenciam em suas qualidades de vida (QV) física e mental. Objetivos: Identificar a prevalência de MEI na RCU. Avaliar o impacto das MEI, o perfil epidemiológico e a terapia farmacológica na QV desses pacientes. Métodos: Estudo prospectivo, transversal, observacional e multicêntrico com 150 pacientes com RCU. Foram estudadas variáveis demográficas (idade, sexo e região onde reside), clínicas (comorbidades, idade ao diagnóstico, tempo de tratamento, medicamentos de uso diário, segmentos intestinais comprometidos pela enfermidade, presenc¸a e prevalência de MEI) e escore de saúde mental e física pelo Short Form Health Survey – 12 (SF-12). Este trabalho avaliou a QV física e mental sob as influências das variáveis clínicas e demográficas. Resultados: As manifestac¸ões articulares (artralgia + artrite) foram as mais comuns (59,3%), seguidas da uveíte em 27,3%. A vasculite foi a MEI menos observada (1,3%). O uso de glicocorticoides (12%) prejudicou a QV física, já o sexo masculino aumentou a QV física (p = 0,02) e mental (p = 0,01). Conclusão: A prevalência das MEI foi de 72,7%. Na RCU, os corticoides deterioram a QV física, enquanto no sexo masculino aumenta significativamente a QV geral. https://doi.org/10.1016/j.jcol.2017.09.094 P-094 PIODERMA GANGRENOSO FACIAL NECROTIZANTE EM PACIENTE COM RETOCOLITE ULCERATIVA: SEGUIMENTO DE LONGO PRAZO Juliana Lima Toledo, Barbara Bianca Linhares Mota, Karina Kendra Mar Marques,