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retal moderadamente diferenciado, com invasão até tecido adiposo perirretal; margens cirúrgicas proximal e distal livres de neoplasia, sem invasão angiolinfática, perineural ou de linfonodos. Estadiamento patológico: ypT3pN0. Discussão: A técnica do TaTME tem potenciais benefícios, como melhor qualidade do espécime cirúrgico, menor morbidade, menos conversões e mais preservac¸ão esfincteriana sem comprometer o prognóstico oncológico. Conclusão: A excisão total do mesorreto é factível em pacientes que tenham feito esquema “Nigro” para tratamento do carcinoma espinocelular de canal anal. https://doi.org/10.1016/j.jcol.2017.09.030 P-030 LIPOSSARCOMA RETRORRETAL: RELATO DE CASO Marcos Antônio de Souza Júnior, Hélio Moreira Júnior, José Paulo Teixeira Moreira, Raniere Rodrigues Isaac, Paula Chrystina Caetano de Almeida Leite, Caroline de Lima Oliveira, Malú Aeloany Dantas Sarmento Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil Introduc¸ão: Sarcomas de partes moles são raros e representam apenas 1 a 2% das tumorac¸ões malignas. Até 20% podem se apresentar no retroperitônio, o lipossarcoma é o mais comum nessa região. A apresentac¸ão clínica é pobre, o que favorece uma descoberta em uma fase avanc¸ada, com grande volume tumoral. Descric¸ão do caso: M.L.A.A., 61 anos, aposentada, em tratamento com a proctologia por constipac¸ão intestinal crônica. Exame proctológico com hipotonia esfincteriana ao toque retal e mamilos hemorroidários internos à anuscopia. Colonosocopia de 26/05/15 com presenc¸a de tumorac¸ão extrínseca que comprimia parede retal posterior a 6 cm da margem anal. Tomografia de abdome de 09/06/15 com lesão expansiva em parede lateral direita do retossigmoide com densidade de partes moles, media 11,2 x 9,8 x 8,6 cm e ressonância magnética com volumosa lesão expansiva sólida retrorretal, heterogênea, em contato com parede posterior de retossigmoide. Submetida a exérese de tumor retrorretal, retossigmoidectomia com anastomose colorretal e ileostomia de protec¸ão em 8/10/15. Anatomopatológico de lipossarcoma pleomórfico com margens livres e imuno-histoquímica positiva para AML (1A4), CD34, CD K4, desmina, EMA, MDM2 e p63. Em acompanhamento ambulatorial semestral com tomografia de pelve de controle. Discussão: O tratamento cirúrgico com ressecc¸ão neoplásica com margens livres é a única possibilidade de cura. O lipossarcoma pleomórfico em região retroperitonial tem sobrevida em cinco anos menor do que 75%, tem baixa taxa de metástase a distância e a maior causa de morte nesses casos é a recidiva local ou invasão de órgãos vizinhos. O papel da
quimioterapia e radioterapia nesse tipo de paciente é questionável. Conclusões: A baixa incidência desse tipo de neoplasia dificulta o surgimento de trabalhos prospectivos relacionados ao uso de radioterapia e quimioterapia adjuvantes. Hoje, o sucesso dessa patologias está associado a uma descoberta precoce e com ressecc¸ão tumoral completa e com margens livres. https://doi.org/10.1016/j.jcol.2017.09.031 P-031 METÁSTASE PULMONAR TARDIA DE ADENOCARCINOMA DE RETO APÓS NOVE ANOS DE SEGUIMENTO ONCOLÓGICO REGULAR: RELATO DE CASO Diego Palmeira Rangel, Isaac José Felippe Corrêa Neto, Alexander de Sá Rolim, Ângelo Rossi da Silva Cecchini, Anderson de Almeida Maciel, Hugo Henriques Watte, Laercio Robles Hospital Santa Marcelina, São Paulo, SP, Brasil Introduc¸ão: A recidiva do câncer colorretal pode ocorrer em meses ou anos após o tratamento, é descrita na literatura recidiva em 40% dos pacientes em até dois anos. Metástases pulmonares são apresentac¸ões raras de recidiva, as metástases hepáticas e locorregionais são as mais frequentes. Descric¸ão do caso: Paciente 42 anos, masculino, hipertenso, história prévia de hematoquezia iniciada havia 10 anos associada a perda ponderal de 7 kg em três meses. Fez colonoscopia com tumorac¸ão úlcero-vegetante, friável a 12 cm da borda anal, com anatomopatológico que revelou adenocarcinoma. Exames de estadiamento revelaram espessamento na transic¸ão retosigmoideana e antígeno carcinoembrionário de 1,4 ng/mL. Foi submetido a retossigmoidectomia com confecc¸ão de ileostomia em alc¸a protetora, com anastomose colorretal. A análise histopatológica revelou adenocarcinoma, com 10 linfonodos ressecados, sem acometimento neoplásico, T3N0M0. Fez quimioterapia e radioterapia adjuvante e foi submetido a fechamento de ileostomia em alc¸a, permaneceu em seguimento oncológico ambulatorial com equipe de coloproctologia e oncologia clínica, sem sinais de recidiva por exames de imagem, marcadores tumorais e colonoscopias. Após nove anos de seguimento, referiu quadro de tosse persistente, com antígeno carcinoembrionário alterado de 171 ng/dL (último de 1,2 ng/mL), foram feitos exames de imagem e colonoscopia, tomografia de tórax evidenciou tumorac¸ão irregular que media 7 cm em região apical à esquerda com sinais de invasão mediastinal, englobava artéria pulmonar esquerda e nódulos pulmonares bilaterais. Foi submetido a broncoscopia com resultado imuno-histopatológico que revelou adenocarcinoma em mucosa brônquica que sugere origem do cólon/reto. Conclusão: O seguimento oncológico regular no câncer colorretal é de extrema importância para o diagnóstico precoce e tratamento adequado da recidiva colorretal. A possibilidade de recidiva tardia demonstra a prudência de adotar
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um tempo de seguimento prolongado no tratamento do paciente com câncer colorretal.
Camilla Ferreira Magalhães Franco, Miguel Cerutti Franciscatto
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Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), São José do Rio Preto, SP, Brasil
P-032 TERATOMA CÍSTICO MADURO RETRORRETAL: RELATO DE CASO Fernanda Miacci, Ana Paula Della Justina Volpato, Gabriela Moraes, Larissa Hammes, Maria Cristina Sartor, Antonio Baldin Junior, Antonio Sergio Brenner Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR, Brasil Introduc¸ão: O teratomas são tumores derivados de células germinativas (TCG). As gônadas são os sítios primários mais comuns. Uma pequena proporc¸ão é de origem extragonadal. Um teratoma com sítio exclusivamente abdominal ou retroperitoneal é incomum, representa menos de 5% de todos os tumores de células germinativas extragonadais. Descric¸ão do caso: E.S., feminino, 47 anos, hipertensa. Por cinco anos apresentou dor e prurido em região anal, com saída de secrec¸ão amarronada que vertia de um ponto perianal. Durante esse período, fez três cirurgias para correc¸ão de fístula, sem sucesso. A paciente fez retossigmoidoscopia, que demonstrou abaulamento de linha média posterior, de consistência mole, que se estendia por 8 cm. O exame de ressonância magnética identificou uma lesão cística pararretal, de etiologia lipomatosa, media 8,0 x 6,7 x 8,2 cm. A paciente foi submetida a exérese do tumor retrorretal por via anal. Durante procedimento cirurgico foi identificado trajeto fistuloso da lesão com o canal anal com fechamento do orifício interno da fístula. A pec¸a cirúrgica foi enviada para análise anatomopatológica compativel com teratoma cístico maduro. Não houve complicac¸ões no intraoperatório e a paciente se encontra em acompanhamento ambulatorial. Discussão: O teratoma apresenta implantac¸ão gonadal ou extragonadal. A região sacrococcígea é a localizac¸ão extragonadal mais comum, pode a lesão ser do tipo sólida, multicística ou formada por grande cisto único. Conclusão: Caso raro de teratoma cístico maduro com origem retroperitoneal e localizac¸ão retrorretal. A lesão comunicava-se com a região perianal através de um canal fistuloso. A paciente foi submetida a três procedimentos para drenagem de fístula perianal antes do diagnóstico da tumorac¸ão. https://doi.org/10.1016/j.jcol.2017.09.033 P-033 RELATO DE CASO: TUMOR DE CÉLULAS GRANULARES EM CÓLON ASCENDENTE Tamara Durci Mendes, Gustavo Lisbôa de Braga, Danilo José Munhóz da Silva, Thaís Andreotti, Geni Satomi Cunrath,
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Introduc¸ão: Os tumores de células granulares são relativamente raros e podem estar presentes em qualquer tecido do corpo. É comum em cavidades orais e tecidos subcutâneos, porém incomum no cólon e no reto. Esses tumores, quando presentes no cólon, são assintomáticos e considerados achados de exames endoscópicos. Apresentam-se como uma imagem nodular arredondada, menores do que 2 cm. Descric¸ão do caso: Paciente masculino de 54 anos, submetido a colonoscopia de screening para câncer colorretal. Durante o procedimento, foi evidenciado pólipo de 6 mm no cólon ascendente ressecado completamente com pinc¸a de biópsia. O diagnóstico morfológico foi de tumor de células granulares. A imuno-histoquímica complementar evidenciou a expressão do marcador S-100, sinaptofisina e CD68. Discussão: Os tumores granulares podem ocorrer em qualquer órgão do corpo. No trato gastrointestinal são raros, o esôfago é o mais acometido, seguido do cólon e do estômago. Em séries de casos descritas anteriormente, evidenciamos que o tumor, quando colorretal, é mais frequente no cólon ascendente e no reto. Endoscopicamente, são nódulos de submucosa, de colorac¸ão amarelada ou amarelo-esbranquic¸ada ou pólipos sésseis. Os achados histológicos são essenciais para determinar o diagnóstico. A variante maligna do tumor de células granulares já foi reportada na literatura. O tamanho do tumor acima de 4 cm, crescimento rápido e invasão de estruturas adjacentes estão relacionados com a variante maligna. Outros achados, como necrose celular, atipia, alto índice e mitose, também estão relacionados. A ressecc¸ão endoscópica é aceitável para o tratamento dos tumores de células granulares, desde que não preencha critério da variante maligna. Conclusão: Os tumores menores do que 2 cm, que não invadem a submucosa, são, na maioria dos casos, passíveis de ressecc¸ões endoscópicas. Entretanto, se há alguma suspeita de malignidade, ou lesões não completamente ressecadas, o tratamento cirúrgico deve ser instituído. https://doi.org/10.1016/j.jcol.2017.09.034 P-034 ADENOCARCINOMA DE CÓLON SIGMOIDE ASSOCIADO A CISTOADENOMA SEROSO MICROCÍSTICO DE PÂNCREAS: RELATO DE CASO Diego Palmeira Rangel, Isaac José Felippe Corrêa Neto, Alexander de Sá Rolim, Ngelo Rossi da Silva Cecchini, Anderson de Almeida Maciel, Hugo Henriques Watte, Laercio Robles Hospital Santa Marcelina, São Paulo, SP, Brasil Introduc¸ão: Tumores císticos do pâncreas são geralmente achados incidentais, constituem 5% das neoplasias pancreáticas. A variante mais frequente é a microcística, que