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métodos de detecc¸ão do CCR. Por outro lado, o conhecimento a respeito das estratégias de rastreamento é insuficiente. https://doi.org/10.1016/j.jcol.2017.09.046 P-046 ANÁLISE DO CONHECIMENTO SOBRE DIAGNÓSTICO E PREVENC¸ÃO DO CÂNCER COLORRETAL EM PACIENTES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E ESTADO ATUAL DO RASTREAMENTO DA DOENC¸A EM RIBEIRÃO PRETO Marley Ribeiro Feitosa, Rogério Serafim Parra, Rafael Fernandes de Lima, Renan Cintra de Alvarenga Oliveira, Juliana Lima Toledo, José Joaquim Ribeiro da Rocha, Omar Féres Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil Introduc¸ão: O aumento das taxas de incidência e mortalidade por câncer colorretal (CCR) no Brasil pode ser consequência do processo de transic¸ão socioeconômica. Entretanto, o desconhecimento a respeito da prevenc¸ão pode contribuir. Objetivos: Avaliar o grau de conhecimento a respeito do CCR em pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e caracterizar a realidade do programa de rastreamento no município de Ribeirão Preto. Métodos: Estudo transversal, com questionário elaborado a partir de um caso clínico fictício que contém sinais de alarme do CCR, a fim de investigar a capacidade de diagnóstico e prevenc¸ão da doenc¸a. Resultados: Foram entrevistados 1.000 indivíduos com média de 46,3 ± 17,8 anos, de janeiro de 2015 a marc¸o de 2016. Apenas 80 (8%) indivíduos acertaram o diagnóstico de CCR. Os três diagnósticos mais citados foram: hemorroidas (31,6%), infecc¸ão intestinal (23,1%) e doenc¸a prostática (13,9%). Foram citados, em média, 0,76 ± 1,3 fatores de risco para o desenvolvimento de CCR e 0,1 ± 0,3 métodos complementares para o diagnóstico da doenc¸a. Apenas 3,7% dos entrevistados conseguiram identificar o coloproctologista como responsável pelo tratamento do caso. A análise multivariada mostrou que, no grupo de pacientes, idade ≥ 50 anos, sexo feminino, história familiar prévia de CCR e nível de escolaridade mais elevado foram fatores independentemente associados a maior conhecimento sobre CCR. Na amostra de pacientes com idade ≥ 50 anos, apenas 11,1% haviam feito algum teste de rastreamento e apenas 0,2% haviam recebido informac¸ões prévias sobre a doenc¸a. Conclusões: Os usuários de SUS apresentaram baixos níveis de conhecimento sobre diagnóstico e prevenc¸ão do CCR. Os achados, associados às praticas inadequadas de rastreamento do CCR, podem contribuir para o aumento do impacto da doenc¸a no município. https://doi.org/10.1016/j.jcol.2017.09.047
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P-047 RELATO DE CASO: ADENOCARCINOMA DE APÊNDICE CECAL METASTÁTICO Caroline Lima de Oliveira, Marcos Antonio de Souza Junior, Valesca Ueoka, Malú Dantas, Ricardo Vieira Teles Filho, Hélio Moreira Junior, José Paulo Teixeira Moreira Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil Introduc¸ão: O adenocarcinoma de apêndice é uma entidade rara e representa cerca de 0,2% a 0,5% de todas as neoplasias gastrointestinais, acomete o sexo masculino na proporc¸ão de 5:2, incide principalmente entre a sexta e sétima décadas de vida e geralmente a suspeita diagnóstica é feita no intraoperatório, o diagnóstico pré-operatório na maioria das vezes não é feito. Relato de caso: Paciente feminina, branca, 43 anos, sem histórico de câncer na família. Após intensa dor em fossa ilíaca direita associada a vômitos e febre com diagnóstico de apendicite aguda, foi submetida em 01/02/2017 a apendicectomia com visualizac¸ão de apêndice cecal perfurado e abscesso retroperitoneal. A análise anatomopatológica evidenciou adenocarcinoma invasor com margens radiais comprometidas. A tomografia computadorizada de abdome para estadiamento mostrava apenas uma colec¸ão em goteira direita próximo ao músculo psoas. Em 15/03/2017 foram feitas ileocolectomia direita e linfadenectomia com invasão de ceco até a crista ilíaca (adenocarcinoma metastático), avaliado em T4N2 Mx, ressecc¸ão a R2. Atualmente encontra-se em acompanhamento com a oncologia clínica e faz sessões de quimioterapia com esquema Folfox. Discussão: Em muitos casos o paciente apresenta clínica que sugere apendicite aguda e o diagnóstico de adenocarcinoma se dá por diversas vezes somente no estudo anatomopatológico sem suspeic¸ão prévia. Nessa paciente, a tomografia de abdome evidenciou uma colec¸ão em goteira direita sem sinais de invasão metastática, porém foi identificada no intraoperatório invasão de crista ilíaca direita não detectada em exames no pré-operatório. Conclusão: Exames de maior acurácia para detecc¸ão de metástase no estadiamento pré-operatório são necessários para um diagnóstico mais preciso e direcionar o tratamento adjuvante. https://doi.org/10.1016/j.jcol.2017.09.048 P-048 HIPONATREMIA GRAVE APÓS RETOSSIGMOIDECTOMIA POR NEOPLASIA ESTENOSANTE DE CÓLON SIGMOIDE COM COMPRESSÃO PÉLVICA Andressa Marmiroli Garisto a , Vicente Sannuti de Carvalho b , Regina Greilberger a ,
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Guilherme Zupo Teixeira b , Antonio José Tibúrcio Alves Junior a , Sérgio Oliva Banci a , José Alfredo Reis Neto a a
Clínica Reis Neto (CRN), Campinas, SP, Brasil b Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), Campinas, SP, Brasil
Objetivo: Relatar o caso de uma paciente, portadora de adenocarcinoma em transic¸ão retossigmoide, estenosante, associado a lesão cística com compressão pélvica, que evolui com hipernatremia grave por diurese pós-obstrutiva. Descric¸ão do caso: S.P.L.R., 47 anos, sexo feminino, diagnosticada com neoplasia estenosante de transic¸ão retossigmoide, associada a massa cística pélvica de origem indeterminada, com compressão bilateral de ureteres e oligúria. Submetida a passagem de cateter duplo jota bilateralmente no pré-operatório, com posterior laparotomia exploradora, retossigmoidectomia, pan-histerectomia e exérese de lesão cística em monobloco, omentectomia e colostomia terminal. Ao anatomopatológico: adenocarcinoma, T4N0M1, Estádio IV. Ainda no intraoperatório iniciou hipernatremia de 152 mEq/L, no primeiro dia de pós-operatório (PO) evolui com poliúria com sódio urinário baixo, crise convulsiva e rebaixamento do nível de consciência secundário a hipernatremia grave (sódio maior do que 180 mEq/L) por uropatia pós-obstrutiva. Em Unidade de Terapia Intensiva, feita correc¸ão gradual de sódio com restric¸ão hídrica e desmopressina. Eletroencefalograma evidenciou ausência de atividade cerebral. No oitavo odia de pós-operatório evolui a óbito por distúrbio hidroeletrolítico grave e mielinólise pontina. Discussão: A uropatia obstrutiva é um conjunto de alterac¸ões funcionais e estruturais nas vias urinárias que impacta na hemodinâmica renal, na filtrac¸ão glomerular e na func¸ão tubular. Após a desobstruc¸ão bilateral, assiste-se frequente e previsivelmente à fase poliúrica, chamada “diurese pós-obstrutiva”, que pode levar a excrec¸ão excessiva de eletrólitos e água, com o risco de se assistir à deplec¸ão de volume, hipocalemia, hipo ou hipernatremia, hipomagnesiemia e outras alterac¸ões menores. Neste caso, a paciente apresentou hipernatremia grave com repercussão neurológica precoce, que, associada a instabilidade hemodinâmica, evoluiu a óbito. Conclusão: Nos casos em que há obstruc¸ão de vias urinárias, a diurese pós-obstrutiva deve ser prevista a fim de fazer diagnóstico precoce e tratar distúrbios hidroeletrolíticos graves. https://doi.org/10.1016/j.jcol.2017.09.049 P-049 RELATO DE CASO DE MELANOMA ANAL TRATADO COM AMPUTAC¸ÃO ABDOMINOPERINEAL COM SUCESSO Nathalia Franco Cavalcanti a , Adryano Gonc¸alves Marques a , Ricardo Everton Dias Mont’alverne a , Renato Rego da Silva b , Igor Santos Costa c ,
Diego Tomaz Teles Peixoto d , David Góes de Alcântara d a Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil b Universidade Estadual do Maranhão (Uema), São Luís, MA, Brasil c Argos Patologia, Fortaleza, CE, Brasil d Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), Fortaleza, CE, Brasil
Introduc¸ão: Melanoma anorretal é um tumor maligno raro e agressivo; primeiramente descrito em 1857, desde então mais de 600 casos foram descritos. Entre todos os melanomas, 0,4-1,6% surge na região anorretal, o canal anal é o sítio mais frequente depois da pele e retina. Apresentac¸ão: Paciente masculino, 42 anos, pardo, buscou assistência médica em junho/2016, referia hematoquezia havia um ano, negava manifestac¸ões associadas. Paciente previamente hígido, sem passado familiar de neoplasias, foi identificado pólipo em canal anal ao exame físico. Seguimento com investigac¸ão clínica. Colonoscopia (novembro/2016): lesão polipoide em canal anal. Feita polipectomia cirúrgica (anatomopatológico: melanoma maligno com marcadores SOX10, S100 e Melan A positivos). Submetido a estadiamento oncológico sem evidência de lesões a distância e RNM de pelve com linfonodomegalia mesorretal (0,7 x 0,5 cm) e CEA:1,38. Ultrassom endorretal: parede do reto íntegras, único linfonodo na gordura perirretal (0,7 x 0,5 cm), distava 5,5 cm da musculatura esfincteriana. Optou-se por ressecc¸ão abdominoperineal videolaparoscópica (abril/2017), sem intercorrências, com boa evoluc¸ão pós-operatória. (Estudo anatomopatológico: melanoma maligno invasivo de 1,1 cm predominantemente in situ com componente invasivo e margens livres de lesão. Linfonodo metastático 1/24). Paciente avaliado pela oncologia clínica sem proposta de tratamento adjuvante. Segue em acompanhamento clínico, mantém-se estável e assintomático. Discussão: Melanoma anorretal representa 0,05% das neoplasias malignas colorretais, com prognóstico reservado, cerca de 6% de taxa de sobrevida em cinco anos, a despeito do tratamento. Mais de 67% dos pacientes apresentam-se com metástases a distância no momento do diagnóstico e têm uma sobrevida média entre 8,0-18,6 meses. Ressecc¸ão cirúrgica é a única opc¸ão de tratamento curativo. Ressecc¸ão local é a primeira escolha para o melanoma anorretal primário se possibilidade de margens negativas, a ressecc¸ão abdominoperineal é reservada para tumores localmente avanc¸ados. Conclusão: Melanoma anorretal pode ser um achado incidental durante procedimentos proctológicos. Diagnóstico precoce e abordagem cirúrgica adequada são primordiais para o sucesso dos casos. https://doi.org/10.1016/j.jcol.2017.09.050